segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Up – Altas Aventuras,

“A aventura está lá fora!”

Ao final da exibição, crianças animadas, idosos sorridentes e marmanjos com olhos marejados (este que vos fala incluso), todos dos 8 aos 80 satisfeitos com uma animação que não é apenas uma animação, mas uma lição de vida embrulhada para presente em “papel 3D“. Essa seria a melhor descrição que encontrei para o novo fenômeno da Pixar. Ainda não compreendi como não quebrou todos os recordes de animação, julgo ser culpa da publicidade, que não seria nunca capaz de passar toda a profundidade da história em apenas alguns minutos de trailer. Por esses e outros motivos, o filme merece não as 5 estrelas máximas, mas 6 estrelas com direito a maior honraria possível no mundo

Em Up – Altas Aventuras, Carl Fredricksen é um vendedor de balões de 78 anos que finalmente realiza o sonho de uma vida inteira partindo em uma grande aventura depois de prender milhares de balões à sua casa e voar para as florestas da América do Sul. Mas ele descobre – tarde demais – que seu pior pesadelo embarcou com ele na viagem: um menino de 8 anos, explorador da natureza, chamado Russell. Numa jornada emocionante, esses parceiros improváveis encontram uma paisagem inóspita, vilões inesperados e criaturas selvagens.

Pete Docter e Bob Peterson já são o coração dos grandes sucessos Disney/Pixar, mas agora eles conseguiram se superar. Talvez nenhuma outra história tivesse tanto sentimento, profundidade e uma verdadeira sensação de “jornada” desde a história sobre um peixinho deficiente físico que se perde e é procurado desesperadamente pelo seu pai e sua nova companheira desmemoriada. Sim, eu estou falando de Procurando Nemo. Talvez, assim como a outra animação citada, esse não seja o maior recorde de bilheteria do estúdio, mas provavelmente ficará na história e será lembrado da mesma forma daqui 10, 20 anos. Tamanho o capricho da dupla dinâmica que enviaram animadores e todo tipo de artistas para as florestas tropicais de forma a capturarem totalmente o clima necessário para recriar o “Paraíso das Cachoeiras”.

A dublagem brazuca ficou extraordinária. Ao contrário de grandes atores conhecidos que são chamados só para ofuscar o nome do filme e levar os fãs de novelas ao cinema, dessa vez fizeram um trabalho primoroso contratado apenas grandes e experientes dubladores para os papéis principais. O único nome mais famoso fora da dublagem é Chico Anysio, que na verdade já tinha nascido para a coisa, e interpreta o velho Carl com maestria. Sob direção de Garcia Jr., Chico trabalhou ao lado de Chico Neto, seu filho, que dublou o cachorro Dug. Mas, justiça seja feita, todos estavam espetaculares. Up é uma aventura tão família, que a própria filha de Pete Docter, a pequenina Elie Docter, fez a personagem homônima na sua fase infantil na dublagem original. Bob Peterson fez a voz de Dug na dublagem original, tamanho o empenho dos criadores.

A animação foi a primeira da história a abrir o Festival de Cannes e obviamente vai ser grande favorita no próximo Oscar. A película tem a diversão e simplicidade que quase qualquer criança é capaz de entender, ao mesmo tempo que toca nos adultos abordando questões da vida que atingem qualquer idade, dos papais aos vovôs. O mais importante fica por três fatores fundamentais. O primeiro é óbvio que foi o primeiro a usar o 3D como parte da história e não atração principal. O segundo é por fugir da grande indústria Hollywoodiana que tem a palavra “aventura” como algo plastificado e sem reais emoções. Nesse filme você chora, você ri e chora de novo, uma verdadeira montanha russa que nem o mais durão dos durões consegue resistir. O terceiro fica pela forma como a jornada é apresentada, que lembra muito Nemo pois a história apesar de ter um ou outro clichê Hollywoodiano, lhe fornece sempre uma nova surpresa a cada passo do caminho – seja um personagem novo, uma situação inusitada, ou mesmo uma comédia visual pouco provável. Sem spoilers, mas a voz do cachorro Alpha foi uma surpresa mais do que grata durante animação, por exemplo.

Não tem pra ninguém. Aproveite e vá assistir antes do que qualquer outro filme. Leve absolutamente todo mundo, não deixe ninguém para trás, pois é garantido que mesmo aquela galera durona que não se comove com nada e nem mesmo chorou em Marley & Eu, vai cair de joelhos aos risos e lágrimas nesse. Sucesso absoluto.

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